Friday 1 April 2011

Um Olhar por Portugal

NOTA: Eu já não me lembro do lugar dos acentos num teclado português dai a própria escrita não estar a 100%. No máximo, meto o dicionário para meter acentos em algumas palavras como auto-correcção. Tendo em conta que 80% de vos escreve sem acentos no dia a dia, não sentirão muita falta.  

Vim para Inglaterra já faz quase um ano e meio. Por vezes brinco com a situação e digo que Portugal entrou em crise no momento em que sai do pais todavia gostava que a solução fosse tão fácil como eu regressar a solo lusitano. Lembro-me muito bem quando tinha os meus 14 anos e imaginava-me um engenheiro informático no bruto. Para tal futuro acontecer, obviamente teria de enveredar por Ciências. Apesar da ideia de que e mais difícil que Letras & Companhia, não havia mais nada que não estivesse relacionado com artes que eu quisesse fazer e como artes ( em Portugal ), não era uma opção, a escolha parecia-me óbvia.


Parecia fácil...Agora, jovens com melhores qualificações do que eu, estão na situação infeliz de não saberem o que fazer para assegurar o seu futuro.
Há sim uma facilidade de culpar o governo de tudo, de descarregar a nossa frustração fazendo majestosas manifestações, mostrando o nosso desagrado com greves, entre milhões de ideias que pensam ter o mínimo de efeito.
Eu culpo os jovens de não verem o estado degradado em que o seu futuro se encontra. Eu também sou jovem e tenho noção de todos os problemas que vou encontrar e de todos aqueles com que já me deparei e, ao mesmo tempo, consigo apreciar as pequenas coisas da vida e divertir-me.
O resto não interessa, só quando nos afecta directamente. Quando os preços das discotecas subirem, quando a diversão for cara, quando os cursos não derem emprego, o zé povinho vai as ruas e grita, sempre os mesmo grupos, aqueles que sabem que se as coisas não mudarem, não tem futuro.
Parece-me a mim então, que a culpa e mais dos pais do que dos filhos. Os pais e que fazem os sacrifícios, os pais e que sofrem, os pais e que levam com os impostos e com as despesas, ate que os filhos saiam de casa e aprendam como e a vida.
Não que não ache uma atitude nobre, alias porque os pais fazem tudo pelos filhos não e?


Agora, olhando mesmo para a condição politica de Portugal, impõe-se a pergunta:

Como e que alguém tem futuro? A serio, esta gente e incrível! Pensam que e com manifestações que mudam algo, ou com votos em branco.

"Vamos mostrar a este governo que estamos insatisfeitos! Mas depois vamos votar no PS...Porque a Manuela não e boa para estar la, e agora, nem o Passos."

Eu sou do Bloco da Esquerda. Nunca tive problema em dizer isso em voz alta. Numa conversa com o meu pai eu disse-lhe que a experiência não perfaz um bom mandato e todos temos de começar por algum lado. Isto tudo contra o seu argumento do BE não ter experiência para governar, muito menos neste momento.

Obviamente, o meu pai também deve ser da opinião que e preferível ter um falso engenheiro envolvido em casos policiais MAS que seja membro dum partido com experiência do que um professor condecorado com vários trabalhos literários num partido sem anos de governação.

Nem falo em PECs para não começar a mandar bocas.

Apesar de tudo, o problema aqui e a mentalidade fechada que as pessoas continuam a ter em relação a tudo. Pensam que a esquerda e o comunismo por estereotipo antigo ou pelas historias do Estaline e do Lenine. Todo o mundo tem noção que vamos viver tempos difíceis durante os próximos anos e as eleições que se avizinham constituirão para mim uma escolha entre as medidas de austeridade que Portugal vai tomar. Apesar de tudo, não e na politica que se resolve os nossos problemas nem com saídas a rua num grito unido que constitui a "Geração a Rasca". E exactamente no ponto que citei previamente, na mentalidade das pessoas. Quando os jovens começarem a pensar que querem arranjar um part-time para pagar contas e facilitar o trabalho aos pais em vez de pensarem que ganham dinheiro para o gastarem no lazer por inteiro. No dia em que os adultos se aperceberem que não e por serem mais velhos que realmente entendem o que se esta a passar no panorama global e que as coisas são e sempre serão como foram a 20 anos atrás.

Quando Portugal se aperceber que eu prefiro um pais que se dedique aos vários sectores de uma nação e que esqueça o que se passa fora das fronteiras.

Na altura em que para se ser musico, não se tenha de ser DJ.
Na altura em que para se ter emprego, não se tenha de estudar medicina.
Na altura em que o nosso orgulho em monumentos não seja ter a maior árvore de Natal da Europa.
Na altura em que eu possa ver debates seja de que assunto for sem pensar que os argumentos de uma entidade passam por uma avaliação medíocre do seu adversário.

No dia em que Portugal meter os olhos nos outros países PARA AS COISAS CERTAS e parar para pensar que não e com o Golfe e com o Algarve que o turismo nos da dinheiro suficiente...

...Nem o vinho do Porto para as exportações.

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Nota:

Os artigos de opinião são da autoria de Filipe Rocha também conhecido como Kami.Caso se sinta ofendido com alguma opinião relativamente a algum tema discutido neste espaço, lembre-se sempre disto:

"I don't care..."

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